quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

TEOLOGIAS DO INFERNO

Sou megaultrahiper a favor do estudo Teológico. Já fiz dois seminários e defendo com unhas e dentes o estudo da Teologia. Mas estou preocupadíssimo. Tenho visto instituições de ensino e certos professores falarem cada absurdo que minha vontade é começar a concordar com os irmãos que dizem que basta ter Jesus no coração e cantar umas músicas num festival gospel que tá tudo certo. Pois a verdade é que há muitas instituições ditas evangélicas de ensino teológico cujos desensinos têm me arrepiado todo. Por mais que seja uma contradição em termos, parecem teologias do inferno.

A última foi um professor de pós-graduação de uma universidade Metodista de São Paulo que tem quase 9 mil seguidores no twitter e que soltou a seguinte pérola na rede social: “Eu não falei nada em ganhar almas, eu nem acredito que há almas imortais“. Depois de alguns segundos de catatonia, fiquei pensando nas pobres criaturas que têm aulas com esse cavalheiro. Que matriculam-se numa universidade, pagam mensalidades, gastam horas em salas de aula… para desaprender a Bíblia. Minutos depois, mandou-me outro tweet: “biblia fala na ressureição da pessoa por parte d Deus, alma imortal é conceito grego e ñ necessita de ressurreição“.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Espiritualidade Cristã no Sermão do Monte

Fonte da Imagem: Ecclesia
"Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte não tereis galardão junto de vosso Pai celeste." (6.1)

Essas palavras são de Jesus, nosso Senhor e Mestre, relatadas pelo evangelista Mateus, e fazem parte do grandioso e simples discurso num monte cuja localização é ignorada, diante das multidões, na companhia dos discípulos. É curiosa a constante distinção que Mateus faz o tempo todo no seu Evangelho entre a multidão e os discípulos. Indiretamente, ele nos confronta: você pertence a qual dos grupos?


segunda-feira, 16 de maio de 2011

A IGREJA DOS MEUS SONHOS

Eu nasci em uma geração que aprendeu a sonhar e acreditar na possibilidade de tornar sonhos em realidade.

Eu sonhava com o fim da violência no oriente Médio, com o fim do terrorismo mundial e da indústria da fome no nordeste.

Eu sonhava com o dia em que a nação brasileira seria governada por homens íntegros e os nossos filhos sentiriam orgulho dos nossos políticos e governantes; sonhava com o dia em que o lamento de tantas crianças se converteria em baile, e o pranto daria lugar ao riso.

AUTOESTIMA POSITIVA OU AUTO-INDULGÊNCIA?

Imagem: edmort.wordpress.com

De vez em quando autores e pregadores cristãos dizem que é preciso ignorar críticas, avaliações, opiniões alheias sobre nós, por serem estas devastadoras, produzindo frustração, decepção, ou, por outro lado, raiva e ressentimento. Dizem eles que preferem voltar-se para Deus, porque, aí sim, terão um tratamento melhor, uma avaliação mais justa.

O problema é que, invariavelmente, o que esses autores querem dizer é que, enquanto as críticas, avaliações, opiniões alheias são ruins e destrutivas, a de Deus será sempre boa e lisonjeira. Em outras palavras, Deus sempre produziria em nós uma autoestima positiva, enquanto que os nossos semelhantes críticos sempre produziriam uma autoestima negativa. Será?

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cuidado com o Joãzinho

Em 07 de fevereiro de 2007 uma cena trivial e extremamente banal se desenrola na cidade do Rio de Janeiro, um roubo de carro. Mas desta vez surge um terrível agravante. O menino João Hélio, de apenas seis anos, não tem tempo de se desvencilhar do cinto de segurança e é arrastado por quilômetros. Uma brutalidade! A sociedade se mostra indignada, jornais são vendidos aos milhares sob a manchete do caso, lágrimas são derramadas, há discussão, comoção, mas o tempo passa. O alarido se silencia, a lembrança fica mais distante, as emoções são anestesiadas e infelizmente o que resta para a grande maioria é simplesmente mais um número na estatística, é apenas mais um "joão".

sexta-feira, 11 de março de 2011

O Primeiro Sinal do Ateísmo Religioso

O utilitarismo relacional se dá quando fazemos do outro algo para o nosso usufruto e não alguém a quem podemos nos entregar numa relação mútua caracterizada pela troca genuína de afetos. Através deste utilitarismo, transformamos a pessoa ou as pessoas com as quais nos relacionamos em objetos do nosso prazer, meras reproduções da nossa própria imagem, extensões pessoais do nosso jeito de ser e agir, "coisas"cuja única utilidade na existência é a satisfação do nosso ego. A conseqüência óbvia, porém nem sempre percebida, é a morte do outro em nossa vida.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

DEUS QUER QUE SEJAMOS DIFERENTES, NÃO ESQUISITOS.

Há alguns anos, no interior do estado do Tocantins, aproximei-me de um senhor e puxei conversa com o cidadão de média estatura, moreno e já passado dos 40 anos de idade. Procurando compartilhar com ele o evangelho, comecei a falar do amor de Deus, da pessoa de Cristo, do plano de salvação, quando ele me interrompeu e me encarou, e, carrancudo, perguntou-me: “Você é crente?”. E logo depois de minha resposta afirmativa, ele prosseguiu: “Mas, você bebe café?”. Quando respondi que sim, o homem esbravejou: “Então você não é crente coisa nenhuma, porque o crente que é crente mesmo nem café não bebe!” Nunca mais esqueci aquela experiência inesperada, intrigante e triste.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Reflexões sobre a Igreja

"Esse texto é uma tentativa de reproduzir a mensagem que compartilhei com a  Igreja Presbiteriana Central de Japeri no Culto Dominical noturno de 16 de Janeiro de 2011."

Nós fazemos parte de uma instituição, uma comunhão, um Reino constituído por muitos povos, estabelecida pelo próprio Deus, que abarca homens e mulheres do passado, do presente e do futuro (Confissão de Fé de Westminster - Cap. XXV, Seção I). Ela é a Igreja invisível, simplesmente universal e supratemporal.
 Como Igreja visível, ainda vamos completar 500 anos, desde de que o Presbiterianismo tomou forma na Escócia, no século XVI (Portal da IPB), com a ressalva de que temos uma história "pré-Reforma". Como Igreja Presbiteriana do Brasil completamos 150 anos em 2010, e agora, mais especificamente em Abril de 2011, comemoramos 50 anos de existência como Igreja Presbiteriana Central de Japeri - somos parte da IPB, parte do Protestantismo Histórico mundial, parte da Igreja universal que está "assentada com Cristo e em Cristo nas regiões celestiais".

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tempo para viver

Traduzir este livro profundo com ressonâncias de meu mentor, Hans Burki, foi muito inspirador1. Ele trata das raízes espirituais da nossa relação com o tempo e de suas implicações existenciais. Para que a redenção penetre até em nossas agendas, precisamos nos reconciliar com o tempo que Deus nos dá.

sábado, 8 de janeiro de 2011

O Amor prova a Espiritualidade e conduz à Missão

Nestes dias tenho pensado sobre os essenciais do Cristianismo. Estou convicto que os periféricos da vida e ministério podem facilmente nos desviar de praticarmos um Cristianismo bíblico e simples, fazendo com que nossa atenção, energias, dons e relacionamentos se desgastem nas notas de rodapé de uma religiosidade quase vazia. Há diversos essenciais na vida Cristã. Um deles é o amor.

Preocupo-me quando apregoamos uma verdadeira espiritualidade mas não amamos. Quando a Igreja não consegue chorar com os que choram ou quando nossos relacionamentos vão se tornando cada vez menos sinceros e mais utilitários. Preocupo-me quando o mundo age com mais graça e misericórdia com o caído do que o povo de Deus o faz. Preocupo-me quando a Igreja passa a definir sua experiência de fé a partir de seus ajuntamentos solenes e não dos seus relacionamentos diários. Preocupo-me quando não amamos.